Diana com Guedes, secretário nacional de Paradesporto e Bruno Souza, secretário nacional de Esporte de Alto Rendimento (Foto: Divulgação)
Outro dado refere-se às modalidades praticadas, com uma predominância de esportes coletivos. O vôlei, com 155 praticantes, seguido por handebol (138) e basquete (52) foram os mais citados. Na sequência, aparece o atletismo, com 51 praticantes no grupo de entrevistados. No total, os surdoatletas ouvidos são integrantes de 15 modalidades: atletismo, badminton, basquete, boliche, ciclismo de estrada, tênis de mesa, handebol, natação, mountain bike, vôlei, vôlei de praia, xadrez, judô, taekwondo e karatê. A pesquisa mostrou ainda que, dos 670 entrevistados, 69,4% nasceram surdos. Os demais ficaram surdos ou adquiriram deficiência auditiva ao longo da vida. O diagnóstico também identificou a frequência de dias e horas por semana que eles dedicam aos treinos e há quanto tempo e onde praticam esportes. Entre os 670 entrevistados, 268 disseram praticar esporte há mais de cinco anos, enquanto uma boa parte deles, 178 pessoas, adquiriu o hábito há menos de um ano. Sobre a frequência, 160 praticam três vezes por semana. Quando indagados quantas horas por dia dedicam aos treinamentos, o maior grupo (260 pessoas) respondeu entre uma e duas horas. O diagnóstico descobriu ainda que 415 dos 670 entrevistados (61,9%) praticam esporte orientado por um treinador e que 625 entrevistados (93,2%) não recebem auxílio financeiro voltado para a prática esportiva. “É uma triagem que demonstra a diversidade das pessoas surdas, pois fazemos parte de quase 10 milhões de surdos no Brasil”, aponta a presidente da CBDS. Ela destacou ainda que a criação da Secretaria Nacional de Paradesporto, na estrutura do Ministério da Cidadania, trouxe um olhar mais atento às pessoas com deficiência. “Com a Secretaria Nacional de Paradesporto criou-se um olhar para os surdos no esporte. Isso traz, para nós, da CBDS, o sonho de avançarmos num futuro de mais equidade”, completa Diana. A pesquisa tratou também da questão de hábitos de saúde e constatou que a maioria não fuma (658 pessoas) e não faz uso de bebidas alcóolicas (422 pessoas). “Esse diagnóstico é importante, pois preenche uma lacuna histórica em relação ao perfil do surdoatleta. A partir de agora, temos um retrato mais preciso deste público, que está fora do arcabouço dos Jogos Paralímpicos, mas que tem um movimento muito forte no país”, completa Giselle Chirolli, diretora do Departamento de Paradesporto da Secretaria Nacional de Paradesporto. A Confederação Brasileira de Desportos de Surdos tem o patrocínio das Loterias CAIXA e do Governo Federal.
Clique aqui para acessar o diagnóstico do surdoatleta no Brasil
|